terça-feira, 24 de novembro de 2009


Viagem a um lugar já conhecido desde a infância. Algumas formas e cheiros pareciam iguais a de anos antes, mas havia mudado algo. Não era a casa, não era o mar e não era o ar. As coisas de sempre, desta vez, vieram acompanhadas de pura nostalgia.

Talvez, era possível, uma nova mulher é quem estava visitando a casa da família. Com novos ideais, novos comportamentos e novas vontades. Não era a simples menina que brincava todos os dia com os primos na areia em frente a casa criando castelos e vivendo seu sonho de princesa. Porém, a paixão pelo mar ainda era a mesma.

Se pegou desfilando pela praia e pensando em sua vida e em alguns de seus momentos, sem se preocupar com o barulho das pessoas que também contemplavam as maravilhas naturais.

Sim, a vida tinha passado e a menina havia crescido. Se deparou, ao longe, com um casal de velhinhos, chuto uma idade: sessenta ou quem sabe, já batiam na casa dos setenta. Mulher magra, vestia uma bermuda e uma simples regata azul. O homem: camisa aberta com a barriga para fora, shorts branco. Estavam enlaçados em um abraço de paixão adolescente enquanto caminhavam e conversavam. A mulher que pensava em sua infância retornou para o presente e quis desenhar o seu futuro. Se imaginou naquela idade. Com quem poderia estar embalada. Desejara ter vivido um pouco mais da vida e concluiu que ainda sabia pouco da maturidade.

Chegou exausta na frente da casa. Olhou para o mar, cenário de grandes aventuras da infância. E a menina, que ainda mora na mulher, rendeu-se ao mar. O seu corpo foi lavado com a água salgada e cristalina.

E pode ter certeza de que a sua paixão ainda é a mesma.