terça-feira, 24 de novembro de 2009


Viagem a um lugar já conhecido desde a infância. Algumas formas e cheiros pareciam iguais a de anos antes, mas havia mudado algo. Não era a casa, não era o mar e não era o ar. As coisas de sempre, desta vez, vieram acompanhadas de pura nostalgia.

Talvez, era possível, uma nova mulher é quem estava visitando a casa da família. Com novos ideais, novos comportamentos e novas vontades. Não era a simples menina que brincava todos os dia com os primos na areia em frente a casa criando castelos e vivendo seu sonho de princesa. Porém, a paixão pelo mar ainda era a mesma.

Se pegou desfilando pela praia e pensando em sua vida e em alguns de seus momentos, sem se preocupar com o barulho das pessoas que também contemplavam as maravilhas naturais.

Sim, a vida tinha passado e a menina havia crescido. Se deparou, ao longe, com um casal de velhinhos, chuto uma idade: sessenta ou quem sabe, já batiam na casa dos setenta. Mulher magra, vestia uma bermuda e uma simples regata azul. O homem: camisa aberta com a barriga para fora, shorts branco. Estavam enlaçados em um abraço de paixão adolescente enquanto caminhavam e conversavam. A mulher que pensava em sua infância retornou para o presente e quis desenhar o seu futuro. Se imaginou naquela idade. Com quem poderia estar embalada. Desejara ter vivido um pouco mais da vida e concluiu que ainda sabia pouco da maturidade.

Chegou exausta na frente da casa. Olhou para o mar, cenário de grandes aventuras da infância. E a menina, que ainda mora na mulher, rendeu-se ao mar. O seu corpo foi lavado com a água salgada e cristalina.

E pode ter certeza de que a sua paixão ainda é a mesma.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

medos

Algo engraçado da sociedade é a arte de ter medo.
Temos medo de coisas banais e de coisas que realmente botam medo. O medo do escuro, o medo de altura, medo da morte, medo da vida. Somos banhados por medos todos os dias e todos os momentos. Alguns são frequentes em nossas vidas, mas passam rápidos, mas outros, talvez o mais dolorido, são aqueles que se instalam em nós e demoram para passar. Temos medo de ficar sozinhos, mas também sofremos com o medo de amar.
Não adianta querermos fugir desses medos, fúteis ou não, pois eles temperam nossas vidas. Só não acho necessário ter medo de ter medo.



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Manhã

Acordar em um horário e ter a plena certeza de que ainda é cedo, mesmo não o sendo. Ter um compromisso. Levantar, tomar o café com pressa. Apesar de toda a correria a vontade de dançar continua plena. Flutuar pelos ares enquanto o mundo acontece. Sorrir a todos sem ter uma explicação.
Guiada pelo impulso repentino da mudança. (mudar faz parte da vida, é um fluxo interminável). Sem saber ao certo o que quer fazer, mas com a certeza de fazer.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

começo

É difícil um bom começo. Nunca se sabe como começar. Uma boa palavra, um bom sentido, uma boa imagem. Mas o mais importante é começar. De uma maneira simples, apenas com uma ideia na cabeça. É exactamente isso que quero fazer, simplesmente começar.